Agora como antes! Solidariedade com os presos políticos palestinos nas prisões israelitas

O anúncio de que as autoridades israelitas foram obrigadas a aceitar o fim das «detenções administrativas», o fim do confinamento ao isolamento na prisão e as visitas de familiares dos detidos, entre outras revindicações, significa o êxito da justa e corajosa luta dos milhares de presos políticos palestinos, que realizaram uma greve de fome nas prisões israelitas. Face à firmeza dos prisioneiros políticos palestinos e à crescente solidariedade com a sua heróica luta, as autoridades israelitas foram obrigadas a ceder.No entanto, como tristemente a história demonstra, são tantos os acordos firmados pelas autoridades israelitas com a Organização de Libertação da Palestina e com a Autoridade Palestina como aqueles que Israel não cumpre.Como salientámos, a luta dos presos políticos palestinos nas prisões israelitas ilustra o drama do povo palestino sob a ocupação israelita, o esmagamento da sua identidade e da realização plena dos seus legítimos direitos.Aliás, sem a libertação dos presos políticos palestinos das prisões israelitas não haverá uma solução justa para a questão palestiniana.Solidários com o povo palestino e com a sua luta, as organizações signatárias, tomaram a seguinte posição, que está aberta à subscrição, e que foi entregue à embaixada de Israel no dia 17, pelas 18h, num acto público que contou com a presença de representantes das organizações subscritoras e muitas pessoas solidárias com a causa do povo palestino:A greve de fome dos presos políticos palestinos nas prisões israelitas constituiu um grito de alerta sobre a condição do martirizado povo palestino.Com a sua corajosa acção, mais de dois mil presos políticos palestinos denunciaram a violência da ocupação israelita e a sua determinação em prosseguir a luta pela realização dos seus legítimos direitos.Cerca de 5000 presos palestinos, muitos dos quais encarcerados há vários anos sem que contra eles tenha sido pronunciada uma única acusação, estão sujeitos a desumanas e indignas condições, ao isolamento, por vezes durante anos, à proibição de visitas de familiares ou dos próprios advogados, a espancamentos, sevícias e chantagens.O estado de saúde de muitos dos prisioneiros palestinos - alguns tendo ultrapassado os setenta dias de privação de alimentos - é de extrema gravidade.A condição dos prisioneiros políticos palestinos nas cadeias israelitas ilustra o drama do povo palestino sob a ocupação israelita, a violência de um quotidiano feito da repressão sistemática, da contínua espoliação das terras, da destruição das casas e dos campos de cultivo, das expulsões, do alargamento contínuo dos colonatos, da meticulosa aplicação de uma política que visa o esmagamento da sua identidade e da supressão dos seus direitos, como a constituição de um estado nos territórios ocupados em 1967, com Jerusalém Oriental como capital, e uma solução justa para a situação dos refugiados palestinos.Deste modo, as organizações signatárias:- Expressam a sua solidariedade com os presos políticos palestinos que realizaram a greve de fome e, através deles, com todo o povo palestino vítima da ocupação israelita- Reclamam dos órgãos de soberania portugueses uma intervenção firme e determinada que responsabilize Israel pela situação dos presos políticos palestinos e que exija o cumprimento, por aquele estado, dos princípios e normas dos direitos internacional e humanitário a que está obrigado pela sua condição de membro das Nações Unidas- Apelam à opinião pública portuguesa para que se mobilize na denúncia dos crimes da ocupação israelita e na afirmação da sua solidariedade com o povo e os presos políticos palestinos, pugnando pela sua libertação- Decidem promover um acto público de solidariedade para entrega desta tomada de posição, dia 17 de Maio, pelas 18h00, frente à Embaixada de Israel, em Lisboa.Lisboa, 15 de Maio de 2012Organizações subscritoras:Associação de Intervenção Democrática - IDAssociação dos Agricultores do Distrito de LisboaCasa do AlentejoColectivo Mumia Abu-JamalConfederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical NacionalConfederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e DesportoConselho Português para a Paz e CooperaçãoEcolojovem - Os VerdesFederação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de PortugalInterjovem - CGTP/INJuventude Comunista PortuguesaMovimento Democrático de MulheresMovimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio OrienteSindicato dos Trabalhadores Civis das Forças ArmadasSindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de PortugalUnião de Resistentes Antifascistas PortuguesesUnião dos Sindicatos de Lisboa - CGTP/INVoz do Operário

Quinta, 17 de Maio de 2012 - 00:00