50 dirigentes vão juntar-se à greve da fome dos presos políticos palestinos encarcerados por Israel

Cinquenta dirigentes do movimento dos presos palestinos, de todas as principais facções políticas, vão juntar-se à greve da fome maciça nas prisões israelitas, que já leva 18 dias, informou o comité dos presos das Forças Islâmicas e Nacionais Palestinas.
Cerca de 1500 presos palestinos lançaram a greve da fome no dia 17 de Abril, e dezenas de outros juntaram-se-lhes desde então. Durante a greve os presos só têm consumido sal e água, sem aditivos, vitaminas ou outros suplementos.
Entre os 50 presos que deveriam começar hoje a greve encontram-se Ahmad Sa'adat, secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Abbas al-Sayyid, líder do comité de direcção dos presos do Hamas, e Zayid Bseisi, chefe de comité supremo de direcção dos presos da Jihad Islâmica.
Os grevistas da fome reivindicam direitos básicos como o fim da negação de visitas familiares, o direito de acesso ao ensino superior à distância, cuidados médicos e tratamento adequados e o fim dos regimes de isolamento e de detenção sem acusação nem julgamento.
Desde o início da greve, já mais de 20 presos foram levados para hospitais e clínicas, e vários presos terão sofrido desmaios, relata o grupo de apoio aos presos Samidoun.
As autoridades israelitas têm imposto medidas repressivas, colocando vários presos em isolamento e dispersando dezenas de outros pela rede de prisões de Israel, na tentativa de quebrar a vontade dos grevistas da fome.
Entretanto, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu às autoridades israelitas que respeitem o direito internacional humanitário e retomem as visitas familiares para os grevistas da fome.
Por seu lado, a Liga Árabe exortou hoje a ONU a «enviar uma comissão internacional de investigação às prisões israelitas para observar as violações cometidas contra os presos palestinos», numa declaração no final da sua sessão extraordinária em solidariedade com os presos palestinos em greve da fome nas prisões israelitas.
Nas prisões israelitas encontram-se actualmente cerca de 6300 presos palestinos, 300 dos quais menores. Cerca de 500 encontram-se em regime de detenção administrativa, ao abrigo do qual Israel pode manter os palestinos encarcerados por períodos de seis meses indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada e sem sequer justificar os motivos da detenção.
As autoridades israelitas detiveram cerca de um milhão de palestinos desde a criação do Estado de Israel, em 1948, e da subsequente ocupação da Margem Ocidental, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza em 1967.
 
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