49 palestinos mortos e mais de 6000 feridos desde o início da Grande Marcha do Retorno

Pelo menos 49 palestinos foram mortos e mais de 6000 foram feridos a tiro pelas forças israelitas desde o lançamento da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza cercada, em 30 de Março.
O pesado balanço da sangrenta repressão das manifestações pacíficas por Israel foi dado a conhecer pelo Ministério da Saúde de Gaza, que informou que os seus hospitais receberam os corpos de 44 mortos, cinco dos quais menores, assinalando ao mesmo tempo que as forças de ocupação israelitas retêm os corpos de cinco palestinos mortos a tiro perto da cerca da fronteira.
Ashraf al-Qedra, porta-voz do ministério, declarou que até agora foram feridos 6793 palestinos, incluindo 701 menores e 225 mulheres. Dos feridos tratados nos hospitais de Gaza, 160 são feridos graves, 1944 moderados e 1899 ligeiros;
1935 foram alvo de balas reais, 401 foram feridos por balas de borracha, 820 sofreram sufocação por gás lacrimogéneo e 847 sofreram lesões diversas. Registaram-se 297 feridos atingidos por balas na cabeça e no pescoço, 518 nos membros superiores, 139 nas costas, 166 no abdómen e na pelve, 1942 nos membros inferiores e 74 noutras partes do corpo. Até agora, houve nos hospitais 24 amputações.
Num relatório de 19 de Abril, a organização Médicos Sem Fronteiras fala de «ferimentos devastadores de uma gravidade incomum», referindo que «as lesões incluem um nível extremo de destruição de ossos e tecidos moles e grandes ferimentos de saída que podem atingir o tamanho de um punho».
As forças de ocupação israelitas atacaram deliberadamente pessoal de saúde, ferindo 89 paramédicos e destruindo parcialmente 22 ambulâncias.
Nas últimas semanas, os habitantes da Faixa de Gaza, 70% dos quais são refugiados ou seus descendentes, realizaram manifestações ao longo da fronteira para protestar contra o cerco brutal a que estão sujeitos há mais de dez anos e exigir o «direito ao retorno» dos refugiados palestinos aos seus lares na Palestina histórica.
As manifestações fazem parte de um protesto que culminará em 15 de Maio, dia que marcará o 70.º aniversário de Israel e simultaneamente o 70.º aniversário da Nakba («Catástrofe»), a limpeza étnica realizada pelas forças sionistas e que resultou na expulsão de 750 000 palestinos em 1948.

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