2016, ano negro: 111 palestinos mortos, 6440 detidos

O ano de 2016 foi um dos mais mortíferos e violentos nos últimos anos para os palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza cercada.
Segundo números coligidos pela agência noticiosa palestina Ma'an, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016 registou-se a morte de 111 palestinos, a maioria mortos a tiro pelas forças israelitas.
Recorde-se que desde o início da onda de violência iniciada em Outubro de 2015 e até hoje houve 246 palestinos mortos por israelitas.
A polícia e os soldados israelitas têm sido alvo das críticas de grupos de direitos humanos, que condem as autoridades israelitas pela utilização excessiva da força, denunciando uma política de «atirar para matar» contra palestinos, incluindo menores, que não constituíam uma ameaça ou que poderiam ter sido dominados de forma não letal.
O governo israelita continuou a reter os cadáveres de muitos palestinianos assassinados no último ano.
PRESOS
No que diz respeito aos presos, as instituições palestinas de assuntos dos presos — Palestinian Prisoners’ Society, Addameer - Prisoner Support and Human Rights Association e Al-Mezan Center for Human Rights — publicaram hoje, 1 de Janeiro de 2017, um comunicado que sintetiza as estatísticas relativas ao ano de 2016.
Durante 2016, a ocupação israelense prendeu 6440 palestinos, incluindo 1332 menores e 164 mulheres. No final do ano, o número de presos palestinos nas cadeias israelitas atingia cerca de 7000, incluindo cerca de 300 menores, 53 mulheres (das quais 11 menores), 700 detidos administrativos e 22 jornalistas.
Ao longo de 2016, a ocupação emitiu 1742 ordens de detenção administrativa.
Houve 1332 prisões de crianças, e há actualmente 300 crianças palestinas em cadeias israelitas, incluindo 11 meninas.
Actualmente há 6 membros do Conselho Legislativo Palestino (parlamento) nas prisões israelitas, incluindo Marwan Barghouthi, preso desde 2002 e condenado a cinco penas de prisão perpétua; Ahmad Sa'adat, preso desde 2006 e condenado a 30 anos de prisão; e Hassan Yousef, em detenção administrativa desde Outubro de 2015.
Durante 2016 realizaram greves de fome 64 presos, incluindo 37 contra a detenção administrativa.
Permanecem nas cadeias israelitas 29 palestinos que foram presos antes do acordo de Oslo em 1993, incluindo 9 presos que passaram mais de 30 anos em prisões israelitas. Karim e Maher Younis estão presos desde 1983. Há 42 presos que passaram mais de 20 anos em cadeias israelitas.
Com a morte por ataque cardíaco de Yasser Hamdouna em 25 de Setembro, o número total de presos mortos nas cadeias elevou-se para 208, dos quais mais de 50 por negligência médica. Há mais de 700 presos que se encontram doentes.
 
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