180.000 palestinos de Nablus sofrem aguda falta de água desde Junho

Os moradores de Nablus, na Margem Ocidental ocupada, estão a sofrer uma crescente escassez de água, segundo um relatório ontem publicado pela organização israelita B'Tselem
«Este ano, devido à escassez de chuva, o rendimento dos furos na zona caiu entre 20% e 30%. Nos Verões anteriores, os residentes de Nablus recebiam água corrente uma vez a cada 5 a 8 dias. Este ano, o abastecimento caiu para uma vez a cada 10 a 14 dias, durante 12 ou 24 horas de cada vez. Os residentes são obrigados a comprar água engarrafada e água de autotanques a um custo elevado e a limitar o uso apenas a necessidades essenciais», relata o B'Tselem (Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados).
«A escassez cresceu nos últimos anos devido à fraca pluviosidade. Israel impede os palestinos de cavar novos poços e recusa-se a vender-lhes mais água para aliviar o sofrimento. … Israel abusa do controlo de todas os recursos de água entre o rio Jordão e o Mediterrâneo, submetendo os palestinos a uma permanente falta de água.»
Em 2014 o consumo de água pelos palestinos na Margem Ocidental ocupada foi de cerca de 80 litros por pessoa/dia, menos do que o mínimo de 100 litros recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Nesse mesmo ano, «o consumo médio de água para necessidades domésticas, comerciais e industriais em Israel foi de cerca de 287 litros por pessoa/dia — quase quatro vezes mais do que o consumo médio palestino».
O B'Tselem observa que «Israel impede o desenvolvimento de novas infra-estruturas de água palestina, destrói e confisca a infra-estrutura existente e limita o acesso dos palestinos a recursos locais de água, tais como nascentes de água doce, furos e cisternas de água da chuva. Somados, estes factores criaram uma escassez permanente de água para os palestinos da Margem Ocidental».
«Israel assumiu o controlo de todos os recursos hídricos da Margem Ocidental imediatamente após a sua ocupação em 1967», conclui o relatório, «e mantém o controlo de todos os recursos hídricos entre o rio Jordão e o Mediterrâneo. Israel usa a água como entende, ignorando as necessidades da população palestina. Em resultado disso, os palestinos enfrentam uma falta de água crónica, em grande parte resultado da acção humana. Este estado de coisas ilustra claramente que Israel vê a água — e todos os outros recursos da Margem Ocidental — como sua propriedade exclusiva, para ser usada apenas para as necessidades dos israelitas, em detrimento dos palestinos.»
 
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