«O que contém o “acordo do século” de Trump? A resposta está bem à vista», por Jonathan Cook

Artigo publicado em Middle East Eye em 15 de Junho de 2018
 
Há sinais crescentes de que o muito adiado plano de paz de Donald Trump para o Médio Oriente — anunciado como o «acordo do século» — está prestes a ser desvendado.
Embora os colaboradores de Trump não tenham divulgado nada publicamente, os contornos do plano são já evidentes, segundo vários analistas.
Estes observam que Israel já começou a aplicar o acordo — consolidando o «apartheid» que impõe aos palestinos — enquanto Washington passou os últimos seis meses a arrastar os pés quanto à publicação do documento.
«Netanyahu continuou simplesmente a aprofundar o seu controlo sobre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental — e sabe que os americanos não lhe vão barrar o caminho», declarou Michel Warschawski, analista israelita e dirigente do Centro de Informação Alternativa em Jerusalém.
«Ele terá rédea livre para fazer o que quiser, quer eles publiquem o plano quer ele acabe por nunca ver a luz do dia», declarou ele à Middle East Eye.
Eran Etzion, ex-alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, concorda: «Israel tem as mãos muito mais livres do que no passado. Sente confiança suficiente para prosseguir as suas políticas existentes, sabendo que Trump não o vai contrariar.»
Netanyahu «o vencedor»
Segundo as últimas informações, os americanos poderiam apresentar o seu plano dentro de dias, pouco depois do fim do Ramadão, o mês sagrado dos muçulmanos.
Yossi Alpher, antigo assessor de Ehud Barak durante o seu mandato de primeiro-ministro no final dos anos 1990, declarou que era claro que Netanyahu estava a ser «mantido informado» por colaboradores de Trump. «Ele está ao corrente do que vai acontecer. Não haverá surpresas para ele», afirmou ele à MEE.
Os analistas concordam que Netanyahu emergirá como o vencedor de qualquer iniciativa de Trump.
Yossi Beilin, antigo político israelita que foi uma figura central no processo de paz de Oslo no início dos anos 1990, declarou que Netanyahu manipularia cinicamente o plano a seu favor.
«Ele sabe que os palestinos não aceitarão os termos que estão a ser oferecidos», afirmou ele ao MEE. «Ele pode assim parecer razoável e aceitá-lo — mesmo que haja coisas que não lhe agradem —, sabendo que os palestinos vão rejeitá-lo e depois serão responsabilizados pelo seu fracasso.»
Alpher concorda. «Se o plano for rejeitado, Trump dirá que fez o melhor que podia, que ofereceu às partes o melhor acordo de todos os tempos, e que agora devemos deixá-los resolver as questões entre si.»
Acrescentou que o único obstáculo à apresentação do plano por Washington eram os receios ligados à saúde em declínio de Abbas. A equipa de Trump poderia então preferir abandonar o plano.
Mesmo assim, disse ele, Netanyahu lucraria.
«Ele poderá continuar a fazer o que tem feito nos últimos 10 anos. Vai expandir os colonatos e suprimir os direitos dos israelitas que se lhe opõem. Vai conduzir Israel na direcção de uma situação de apartheid.»
Fragmentos de território
Fazendo um esforço para ganhar os favores de Trump, e tal como o MEE noticiou há um ano, o presidente palestino Mahmoud Abbas propôs uma troca de territórios, cedendo 6,5% dos territórios ocupados a Israel, ou seja, mais do triplo do que os palestinos tinham aceitado em anteriores conversações de paz.
Mas os palestinos parecem ter perdido a batalha, e estão agora a preparar-se para o pior. Abbas ridicularizou o plano, chamando-lhe «a bofetada do século», e disse que não vai cometer um acto de «traição» aceitando-o.
Segundo os responsáveis palestinos, é provável que lhes ofereçam fronteiras provisórias em fragmentos de território que abrangem cerca de metade dos territórios ocupados — ou seja, apenas 11% do que era reconhecido como a Palestina sob o mandato britânico.
As áreas palestinas seriam desmilitarizadas e Israel teria o controlo das fronteiras e do espaço aéreo.
Israel e os palestinos teriam então de «negociar» o estatuto dos colonatos israelitas ilegais na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, e segundo os analistas Netanyahu seria apoiado ao máximo por Trump.
Existe uma convicção muito alargada de que os americanos rejeitaram qualquer princípio de um direito ao retorno para os refugiados palestinos, seja para Israel seja para as áreas dos territórios ocupados de que Israel se apodere com a aprovação dos EUA.
Gaza e Golã, um verdadeiro maná
A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém no mês passado parece indicar que a administração Trump vai reconhecer Jerusalém no seu conjunto como capital de Israel. Isso privaria os palestinos de Jerusalém Oriental, que durante muito tempo se supôs vir a ser a capital de qualquer futuro Estado palestino.
Além disso, diferentes informações deste mês de Junho sugerem que o anúncio do plano de paz poderia ser programado para coincidir com novas medidas relativas a Gaza e aos Montes Golã. Desde há vários anos que circulam rumores segundo os quais Washington e Israel têm pressionado o Cairo para que deixe os palestinos de Gaza estabelecerem-se no Sinai.
De acordo com notícias israelitas, Washington poderia revelar em breve um esquema que tornaria menos sólida a fronteira entre Gaza e o Egipto e permitiria aos palestinos trabalharem e talvez viverem no Norte do Sinai.
O objectivo seria transferir gradualmente a responsabilidade pelo enclave de Israel para o Egipto e minar ainda mais as perspectivas de um Estado palestino na Palestina histórica.
Uma outra medida constituiria uma bênção para Netanyahu: um ministro do governo israelita afirmou no final do mês de Maio que a administração Trump pode estar disposta a reconhecer a soberania israelita sobre o Golã.
Os Montes Golã foram tomados por Israel à Síria durante a guerra de 1967 e anexados, em violação do direito internacional, em 1981.
Já não há «ocupação»
Um artigo do Jerusalem Post sugeriu em Maio que era improvável que o documento da Casa Branca incluísse um compromisso com uma «solução de dois Estados», reflectindo comentários anteriores de Trump.
Israel ficaria assim com as mãos livres para se apoderar das áreas da Cisjordânia em que instalou os seus colonatos em constante expansão.
É de assinalar que o último relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre a situação dos direitos humanos por país, publicado em Abril, abandona pela primeira vez a expressão «territórios palestinos ocupados», dando a entender que a equipa de Trump já não considera ocupada a maior parte da Cisjordânia.
Netanyahu declarou num comício recente do seu partido, o Likud: «Os nossos sucessos ainda estão para vir. As nossas políticas não se baseiam na fraqueza. Não se baseiam em concessões que nos porão em perigo.»
Então, tendo em conta as iniciativas recentes de Israel, o que podemos inferir sobre os termos prováveis do plano de paz de Trump?
1. Rezoneamento de Jerusalém
A mais sensível das questões do estatuto final é Jerusalém, que inclui o barril de pólvora que constitui o santuário muçulmano de al-Aqsa. Trump parece ter reconhecido efectivamente Jerusalém como a capital de Israel ao transferir para aí a embaixada dos Estados Unidos no passado mês de Maio.
A transferência da embaixada provavelmente será interpretada por Netanyahu como uma aprovação retroactiva pelos EUA de uma série de medidas israelitas nos últimos meses destinadas a criar uma Grande Jerusalém judaica.
O eixo são duas propostas legislativas para rezonear os limites da cidade e a sua população de modo a criar uma maioria judaica irrefutável. Ambas foram suspensas por Netanyahu até ao anúncio do plano de paz.
A primeira — chamada Lei da Grande Jerusalém — destina-se a anexar ao município de Jerusalém vários grandes colonatos judaicos próximos na Cisjordânia ocupada. De um dia para o outro, cerca de 150.000 colonos da Cisjordânia transformar-se-iam em habitantes de Jerusalém e as suas terras seriam de facto anexadas a Israel.
Sinal da impaciência dos membros do gabinete de Netanyahu para fazer avançar essa medida, o projecto deve ser apreciado novamente no próximo domingo [24 de Junho].
Um outro projecto de lei retiraria o estatuto de residentes na cidade a cerca de 100.000 palestinos que estão no «lado errado» do muro que Israel começou a construir em Jerusalém há 15 anos. Esses palestinos serão na prática banidos de Jerusalém e afectados a um município separado.
Além disso, Israel intensificou as suas medidas repressivas contra os palestinos que ainda estão dentro de Jerusalém Oriental, incluindo prisões nocturnas, demolições de casas, encerramento de empresas, criação de «parques nacionais» em bairros palestinos e negação de serviços básicos. O objectivo bem pouco velado é incentivar os residentes a mudarem-se para o outro lado do muro.
Alguns especialistas observaram também que as escolas palestinas do lado de dentro do muro estão a ser pressionadas a adoptar o currículo israelita, de modo a enfraquecer a identidade palestina entre os alunos.
2. Abu Dis: capital palestina?
Sendo Jerusalém a capital exclusiva de Israel, a equipa de Trump estaria a procurar uma localização alternativa para uma futura «capital» palestina fora dos limites municipais de Jerusalém, apenas para salvar a face.
Segundo certos rumores, escolheram a localidade de Abu Dis, situada a 4 km a leste de Jerusalém e há mais de uma década separada da cidade pelo muro de Israel.
O plano de Abu Dis não é novo. No final da década de 1990, a administração estado-unidense de Bill Clinton propôs rebaptizá-la como Abu Dis «al-Quds» — «a santa», em árabe, o nome tradicional de Jerusalém devido aos seus lugares sagrados. Isso foi visto como um prelúdio para a designar como futura capital de um Estado palestino.
Desde o final do ano passado que circulam informações sobre a elevação de Abu Dis a capital no novo plano de paz. Em Janeiro, Abbas rejeitou pura e simplesmente a ideia.
No passado mês de Maio, Yair Lapid, líder do partido israelita Yesh Atid, de centro-direita, sublinhou informações sobre a mudança iminente do estatuto de Abu Dis em comentários dirigidos a Netanyahu.
Abu Dis é uma vila densamente povoada onde vivem 13.000 palestinos. Na prática, é quase impossível imaginar como poderia funcionar de maneira significativa como capital de um Estado palestino — coisa que a torna uma proposta atraente para a maior parte da coligação de Netanyahu.
Actualmente a maior parte das terras de Abu Dis estão sob controlo israelita, e a localidade está cercada pelo muro e por colonatos judaicos, incluindo os 40.000 habitantes de Maale Adumim.
Vários ministros do governo israelita fizeram da anexação de Maale Adumim por Israel uma prioridade. Netanyahu adiou essa decisão, mais uma vez invocando a necessidade de esperar pelo anúncio do plano de paz de Trump.
Yossi Beilin declarou que se acreditava, erradamente, que nos anos 1990 ele e Abbas tinham concordado em fazer de Abu Dis a capital palestina.
«Não era uma ideia credível nessa altura, e o mapa agora apresenta-se muito diferente», disse ele. «A capital palestina tem de ser em Jerusalém Oriental. Nada mais funcionará.»
3. Acesso a al-Aqsa
Também se tem falado de um plano para criar um estreito corredor terrestre de Abu Dis até à mesquita de al-Aqsa para que os palestinos lá possam ir rezar.
No entanto, Israel tem permitido o acesso de um número cada vez maior de colonos a al-Aqsa, que estaria construída sobre dois templos judaicos há muito destruídos.
Ao mesmo tempo, Israel tem restringido fortemente o acesso ao local para a maioria dos palestinos. Há muito que os palestinos temem que Israel esteja a tentar criar uma situação em que possa impor a sua soberania sobre a mesquita.
David Friedman, embaixador de Trump em Israel e benfeitor dos colonatos, não fez mais do que aumentar tais temores no mês passado, ao ser fotografado a aparentemente aceitar uma foto retocada por colonos religiosos que mostrava a mesquita de al-Aqsa substituída por um novo templo judaico.
4. Vale do Jordão
Segundo os acordos de Oslo, cerca de 62% da Cisjordânia ocupada foram classificados como Área C, sob controlo temporário de Israel. Inclui grande parte das melhores terras agrícolas dos palestinos e seria o coração de qualquer futuro Estado palestino.
Israel nunca levou a cabo as retiradas da Área C previstas no processo de Oslo. Pelo contrário, tem acelerado a expansão dos colonatos judaicos ilegais e tornado a vida tão difícil quanto possível aos palestinos para os forçar a mudarem-se para as áreas A e B, mais densamente povoadas.
O plano de Trump ofereceria o reconhecimento de fronteiras provisórias palestinas em cerca de metade da Cisjordânia — atribuindo de facto a maior parte da Área C a Israel. Grande parte dessa terra será no Vale do Jordão, a longa coluna vertebral da Cisjordânia que Israel vem colonizando há décadas.
Em Dezembro passado, quando o plano Trump estava a tomar forma, Israel anunciou um vasto programa de expansão dos colonatos no Vale do Jordão, visando mais do que duplicar aí a população de colonos. Serão construídos três novos colonatos, os primeiros no vale em quase 30 anos.
Ao mesmo tempo, ultimamente Israel vem intensificando as perseguições à população palestina, cada vez mais reduzida, do Vale do Jordão, bem como em outras partes da Área C.
Além de negar aos palestinos o acesso a 85% do vale, Israel declarou zonas de tiro militar em quase metade da zona. Isso tem justificado a constante expulsão de famílias a pretexto de garantir a sua segurança.
Israel vem também desenvolvendo procedimentos acelerados para a demolição de casas palestinas no Vale do Jordão.
5. O resto da Área C
Israel tem vindo a acelerar os esforços para expandir os colonatos noutras partes da Área C. Em 30 de Maio anunciou quase 2000 novas casas, a grande maioria das quais em colonatos isolados que anteriormente se pensava que seriam desmantelados em qualquer acordo de paz.
Além disso, Israel tem-se vindo a preparar discretamente para «legalizar» os chamados «postos avançados» — colonatos, geralmente construídos em terras privadas palestinas, que violam um acordo de «nenhuns colonatos novos» com os EUA que remonta aos anos 1990.
Ao mesmo tempo, Israel vem destruindo comunidades palestinas na Área C, especialmente aquelas que constituem um obstáculo aos esforços para criar uma continuidade territorial entre os grandes colonatos da Cisjordânia e Jerusalém.
No final do passado mês de Maio, a França contestou a decisão do Supremo Tribunal de Israel de aprovar um plano de demolição da aldeia beduína de Khan al-Ahmar, ao lado de Maale Adumim. As famílias deverão ser transferidas para uma lixeira em Abu Dis.
A declaração francesa alertava que as acções israelitas ameaçavam «uma zona de importância estratégica para a solução de dois Estados e a contiguidade de um futuro Estado palestino».
No seu lugar, foi recentemente revelado, Israel está a planear construir um novo bairro do colonato chamado Nofei Bereishit.
Outro sinal da crescente preocupação internacional, cerca de 70 membros democratas do Congresso dos EUA apelaram a Netanyahu no mês passado para fazer parar a destruição da comunidade palestina de Sussiya, situada entre os colonatos Gush Etzion e Jerusalém.
Os legisladores estado-unidenses expressaram a sua preocupação com o facto de esta iniciativa ter sido concebida para «comprometer as perspectivas de uma solução de dois Estados».
6. Gaza e o Sinai
Está a tornar-se difícil para a administração Trump e para Israel ignorar a catástrofe humanitária que se desenrola em Gaza — catástrofe que Israel contribuiu para criar com um bloqueio de 11 anos e ataques militares intermitentes. As Nações Unidas alertaram há algum tempo que em breve Gaza seria «inabitável».
À procura de uma solução, em Março a Casa Branca recebeu 19 países numa reunião para examinar a situação em Gaza. A Autoridade Palestina boicotou a reunião.
Na altura a comunicação social árabe informou que o plano de paz de Trump poderia incluir um compromisso do Egipto para disponibilizar o Norte do Sinai para um futuro Estado palestino. Segundo um responsável do Hamas, o Cairo garantiu que se opõe à «instalação dos palestinos no Sinai».
Mas um artigo publicado no Haaretz reavivou as inquietações de que a Casa Branca possa tentar alcançar um fim semelhante por outros meios, lançando uma iniciativa para Gaza que coincidiria com o plano de paz.
O jornal observou que a equipa de Trump tinha acolhido propostas de um general israelita, Yoav Mordechai, que participou na reunião de Março na Casa Branca.
Numa etapa inicial os palestinos de Gaza seriam recrutados para trabalhar em projectos a longo prazo no valor de 1500 milhões de dólares no Norte do Sinai, financiados pela comunidade internacional. Entre os projectos incluir-se-ia uma zona industrial, uma instalação de dessalinização e uma central eléctrica.
A oposição do Egipto a essa iniciativa estaria a enfraquecer, presumivelmente em resultado da intensa pressão de Washington e dos seus aliados árabes.
Protestos palestinos
Os palestinos estão a fazer o melhor que podem para tentar deter o plano de paz. Actualmente estão a boicotar a administração Trump para mostrar o seu descontentamento.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Riyad al-Maliki, pediu no mês passado aos Estados árabes que retirassem os seus embaixadores dos Estados Unidos em sinal protesto.
E uma reunião de emergência da Organização de Cooperação Islâmica propôs que uma força internacional de manutenção da paz, seguindo o modelo das que foram utilizadas na Bósnia e no Kosovo na década de 1990, fosse destacada para proteger os palestinos.
Outro sinal de cólera relativamente à iniciativa de Trump: os palestinos desafiaram os EUA submetendo no mês passado um recurso ao Tribunal Penal Internacional em Haia para investigar Israel por crimes de guerra.
No entanto, Eran Etzion, o ex-alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, alertou que uma viragem poderia estar no horizonte.
«Está para chegar uma implosão palestina, e isso poderia mudar a situação de forma inesperada», declarou ele ao MEE. «A questão é saber que implosão acontecerá primeiro: a catástrofe humanitária prestes a submergir Gaza ou o vácuo político criado quando Abbas partir.»
Pressão árabe
No entanto, os palestinos estão submetidos a uma enorme pressão para ceder ao plano de paz.
A administração Trump já cortou o financiamento à UNRWA, a agência de refugiados da ONU que se ocupa de mais de dois milhões de refugiados nos territórios ocupados. Também está pronta para retirar mais de 200 milhões de dólares de financiamento à Autoridade Palestina neste Verão.
Trump também procurou arregimentar os Estados árabes para pressionarem Abbas. Há notícia de que quando o dirigente palestino visitou a Arábia Saudita em Novembro passado lhe entregaram a um documento de 35 páginas vindo dos americanos e lhe disseram que tinha de o aceitar ou demitir-se.
Nestes últimos anos, os sauditas aumentaram a ajuda à Autoridade Palestina, o que lhes deu um maior poder de influência sobre o líder palestino.
Em troca da concordância dos Estados árabes com o plano de Trump, Washington parece estar a lançar uma política mais draconiana em relação ao Irão para limitar a sua influência na região.
Os Estados árabes compreendem que primeiro precisam de neutralizar a questão palestina antes de poderem ser vistos a colaborar de perto com Israel e com os EUA na questão iraniana.
 

Os artigos assinados publicados nesta secção, ainda que, obrigatoriamente, alinhados com os princípios e objectivos do MPPM, não exprimem necessariamente as posições oficiais do Movimento sobre as matérias abordadas, responsabilizando apenas os respectivos autores.

 

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