Gaza

O governo de Israel continua a desrespeitar as resoluções das Nações Unidas e a violar os direitos do homem, agindo de forma ostensiva contra a população civil da Palestina e prosseguindo, sob vários pretextos, a sua estratégia de criar o grande Israel pretendido pelos fundamentalistas.
 
As recentes incursões militares, acompanhadas de bombardeamentos indiscriminados e do bloqueio a Gaza, com gravíssimas consequências para a população, recordam as tragédias da última guerra mundial, ainda gravadas na nossa memória.
 
É claro que a capacidade de influenciar o Estado de Israel, no sentido de um comportamento compatível com o direito internacional, tem sido atenuada pela visível conivência da administração Bush e de Tony Blair, bem como pela constante hesitação e tolerância por parte da União Europeia.
 
Apelo
O crescendo da vasta ofensiva bélica de Israel e bombardeamentos de terror há mais de um mês na Faixa de Gaza (Palestina) e desde 12 de Julho no Líbano, os consequentes horrores da guerra e tragédia humanitária, alarmam todos quantos, mulheres e homens de boa vontade, independentemente de questões políticas, se preocupam com o destino do martirizado Povo palestiniano e com a Paz no Médio Oriente.
José Saramago, que recentemente subscreveu o apelo «Pelo Termo da Violência e do Desastre Humanitário no Médio Oriente», lançado pelo MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, dirigiu aos principais jornais internacionais uma carta em que assume uma posição firme sobre a ameaça que impende sobre a nação palestina.
A carta é, também, assinada por John Berger, crítico de arte e ensaista; Noam Chomsky, linguista e professor do MIT;e Harold Pinter, dramaturgo e Prémio Nobel de Literatura.
Endossaram a carta, entre outros, Arundhati Roy, escritora indiana e vencedora do Booker Prize; Naomi Klein, jornalista e escritora canadiana; Harold Zinn, historiador americano; Tariq Ali, escritor paquistanês; Eduardo Galeano, escritor uruguaio; Gore Vidal, escritor, dramaturgo e argumentista americano.
O teor da carta é o seguinte:
O Governo de Israel, no quadro do processo de desmantelamento dos colonatos que ilegalmente mantinha na Faixa de Gaza, desenvolveu uma intensa campanha internacional de relações públicas e desinformação. O discurso recente do Primeiro-Ministro Ariel Sharon na Assembleia Geral das Nações Unidas constituiu um passo mais num plano que visa, entre outros, os seguintes objectivos:
criar a ilusão que o actual Primeiro Ministro e o Governo de Israel estão comprometidos com a busca de uma solução justa e duradoura para a questão palestina;
lançar o caos e a anarquia naquele território, por forma a reforçar, na opinião pública internacional, a velha e estafada tese da ingovernabilidade dos palestinos;

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