Gaza

Almada pela Paz
Almada pela Paz e com a Palestina
No ano em que se assinala o 70º aniversário do fim da Segunda Grande Guerra, o Município de Almada patrocinou um conjunto de iniciativas sob o lema «Almada pela Paz». Neste âmbito, e inseridos também nas Jornadas de Solidariedade com a Palestina promovidas pelo MPPM, a cidade de Almada acolheu, na Sala Pablo Neruda do Fórum Municipal Romeu Correia uma exposição e dois colóquios em que a Palestina foi tema.
Gaza 2014 – Testemunho de uma Agressão
Entre 8 de Julho e 26 de Agosto de 2014, Israel bombardeou incessantemente a Faixa de Gaza e a sua população. A bárbara realidade desse mês e meio de bombardeamentos é a que é transmitida por esta exposição, produzida pela Câmara Municipal de Almada, com fotografias cedidas pela Missão Diplomática da Palestina e com organização e textos da responsabilidade do MPPM.
Em 8 de Julho de 2014 – faz hoje um ano – Israel deu início a uma bárbara agressão contra a população palestina da Faixa de Gaza, que designou por “Operação Margem Protectora”, e que iria prolongar-se por 51 dias. O balanço é devastador, mas a crueza dos números não relata os traumas psicológicos das crianças e adultos, as vidas destroçadas dos sobreviventes, as dificuldades de reconstrução num território onde tudo o que entra ou sai é sujeito ao férreo controlo de quem provocou a destruição.
 
No dia 29 de Junho, as forças armadas de Israel interceptaram e aprisionaram, a 100 milhas náuticas da costa de Gaza, a traineira Manianne av Göteborg que liderava a Flotilha da Liberdade III e escoltaram-na para o porto militar isrelita de Ashdod.
A Marianne tinha passado por Lisboa entre 3 e 5 de Junho e dirigia-se a Gaza onde deveria ser oferecida a pescadores palestinos.
Além dos objectivos humanitários, a Flotilha da Liberdade III pretende chamar a atenção da comunidade internacional para a situação de catástrofe humanitária – reconhecida pela ONU – que se vive em Gaza, sujeita a um bloqueio por Israel e pelo Egipto que dura há 9 anos e que se agravou com a brutal agressão israelita do Verão passado em que foram mortos 2.251 palestinos e feridos mais de 11.000, além de ter sido destruído o que restava da base económica da região.
Marianne av Göteborg é uma traineira adquirida pelas organizações Ship to Gaza da Suécia e da Noruega que vai juntar-se, no Mediterrâneo, a outras embarcações que integrarão a Flotilha da Liberdade III para rumar com destino a Gaza, procurando romper o desumano bloqueio imposto por Israel e pelo Egipto àquela martirizada região.
Tendo partido de Gotemburgo no passado dia 10 de Maio, a Marianne fez escala em Helsingborg, Malmö, Copenhaga, Kiel, Brest e Bueu (Galiza), até chegar a Lisboa, onde esteve atracada na Marina do Parque das Nações entre 3 e 5 de Junho.
Activistas portugueses receberam a Marianne e tornaram a sua tripulação portadora da nossa mensagem de solidariedade para com o povo palestino.
Após a concentração frente ao Centro Comercial Vasco da Gama, houve um desfile até à Marina do Parque das Nações onde a Marianne estava atracada.
No dia 21 de Maio teve lugar, na Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, uma Sessão de Solidariedade com a Palestina com a apresentação do livro  «Que Luz Estarias a Ler?» de João Pedro Mésseder (escritor) e Ana Biscaia (ilustradora). 
O livro é uma homenagem às crianças mortas na agressão israelita a Gaza no Verão de 2014 e nasceu de um convite que Ana Biscaia fez a João Pedro Mésseder para escrever uma história para um conjunto de desenhos que ela tinha feito inspirados em fotografias de crianças a recolher livros nos escombros de Gaza. e destinados a participar no Festival de Banda Desenhada e Ilustração de Treviso (Itália).
A sessão foi apresentada e moderada por Sérgio Letria Machado (Fundação José Saramago) e teve intervenções dos autores, de Carlos Almeida (MPPM) e de Sara Figueiredo Costa. 
Foi uma iniciativa da Fundação José Saramago, das Edicões Xerefe e do MPPM.

1. O MPPM saúda o cessar-fogo anunciado no dia 26 de Agosto, no seguimento das negociações do Cairo entre a Autoridade e Resistência Palestinas e o governo de Israel. Este cessar-fogo permitiu pôr fim a 51 dias de uma inadmissível chacina da população de Gaza, durante os quais os criminosos bombardeamentos de Israel mataram mais de duas mil pessoas - quase 600 das quais crianças – e feriram outras 11 mil. Casas, prédios e bairros inteiros, bem como as já deficientes infra-estruturas de Gaza, foram destruídos. Israel bombardeou repetidamente tudo, até mesmo escolas das Agências da ONU que serviam como centros de acolhimento para uma população que, mercê do cerco imposto há já oito anos por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Egipto, não podia sequer fugir da Faixa de Gaza.

Reclamando liberdade para a Palestina e o fim da agressão e da ocupação, no dia 7 de Agosto, o MPPM, o CPPC, a CGTP-IN e o MDM convocaram uma concentração frente à Embaixada de Israel para protestar contra a agressão militar a Gaza. 
Maria do Céu Guerra falou em nome do MPPM.
A CGTP-IN, o CPPC e o MPPM promoveram a realização de uma “Sessão de Solidariedade com o Povo Palestino” na Casa do Alentejo em Lisboa, no dia 29 de Julho de 2014, para protestar contra a agressão de Israel contra o povo palestino de Gaza.
Além dos representantes das organizações promotoras, usou também da palavra o Embaixador da Palestina Dr. Hikmat Ajjuri.
No final, a assistência, que encheu a sala da casa do Alentejo, aprovou a seguinte declaração:
 
É tempo de dizer basta!
Os participantes na «Sessão de Solidariedade com o Povo Palestino» realizada na Casa do Alentejo em Lisboa, no dia 29 de Julho de 2014, momento em que se prolonga há mais de 20 dias, uma nova agressão militar de grande escala do governo de Israel contra o povo palestino, afirmam que é tempo de dizer basta!
Ex.mo Senhor Primeiro Ministro,
Contam-se por muitas centenas as vítimas mortais, são milhares de feridos e dezenas de milhar de desalojados o resultado da criminosa agressão do governo israelita ao povo palestino da Faixa de Gaza, desde o dia 7 de Julho. De dia para dia, cresce a escalada de horror e os governos, a comunidade internacional, surda aos protestos que se levantam um pouco por todo o mundo, indiferente à dor e ao sofrimento de um povo martirizado por décadas de ocupação e repressão, assiste em silêncio ao massacre, um exercício de pura e genocida brutalidade praticado sobre uma população indefesa, por um dos mais poderosos exércitos do mundo.
É preciso parar o terrorismo do governo de Israel.
O método não é novo: de cada vez que o governo de Israel se sente pressionado internacionalmente, ou o povo palestiniano se une para determinar o seu caminho, procura um pretexto para lançar uma onda de violência sobre a população palestiniana. Os pretextos são, com frequência, acções atribuídas ao Hamas, neste caso, o rapto e assassinato de três colonos, acusação rejeitada por esta organização.
A violência e a morte intensificaram-se nos últimos dias, em nome de um direito de "retaliação". Embora a imprensa repita, sem questionar, essa versão, sabemos que se trata, na verdade, de crimes de guerra perpetrados por uma potência ocupante.

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